3/20/2007

Incontinência

Não aguentava nem mais um minuto. Contorcia-se, soprava, tentava pensar em coisas mórbidas como um discurso de ano novo do Presidente, um programa do Herman, uma tarde no Colombo ou um jogo do Sporting. Mas a natureza era implacável e as forças começavam a abandoná-la. Resistiu até ao limite, até não poder mais. Finalmente, aliviada, a torneira soltou um sonoro pingo.
O fogão, sempre vigilante e inquisitorial, rosnou – Sua incontinente!

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