2/21/2008

Fumar o cachimbo da paz

Vamos lá acender um cigarrito na clandestinidade que sempre tem outro sabor. Calma, amigo não fumador, não se pire já, quem não vem para aí mais um arrazoado sobre a liberdade individual, o totalitarismo sanitário, ou queixumes sobre o “soweto” a que este “apartheid” anti-tabágico nos remeteu.
Cá por mim, estimo que o meu caro amigo não fumador tenha uma vida longa, próspera e feliz, e que os seus pulmões pereçam em impecável estado de conservação na hora fatal de meter os pés para cova e dar repasto à minhocada.
Cá com o ginbras as minhocas correm risco de intoxicação – álcool, cigarros e molhanga à farta. Já no seu caso, caro amigo não fumador, será certamente uma refeição mais “light”, uma espécie de saladinha saudável, uma pitéu vegetariano para qualquer minhoca preocupada com calorias.
O que nos separa, agora e na hora da nossa morte, é que o meu amigo não fumador, morrerá cheio de saúde, eu cá não.
Mas isto não me parece motivo para não podermos ter uma coexistência pacífica – o meu amigo sem as baforadas “bioquímicas” dos meus Lucky Strikes, e eu sem ter de passar à clandestinidade, que tem pelo menos a vantagem de acossar a consciência entorpecida.
Qualquer fumador concorda com restrições ao fumo, apenas defende a criação de locais para fumadores em espaços públicos. Acha sinceramente que é pedir muito?

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