3/06/2007

Grandes portugueses: A enguia e o pénis


De vez em quando aparecem como relâmpagos de esperança neste país sombrio, que não é um país, é como dizia o Eça: “um sítio mal frequentado”.
São os pequenos grandes portugueses.
A semana passada, algures nesse país profundo, um idoso rapinou uma lampreia num supermercado. Esta semana um urologista lançou um ensaio clínico de 300 páginas sobre o pénis.
Um e outro representam o génio português no seu esplendor, laborioso, inventivo e sempre capaz de surpreender.
O surrealismo rapinante de velho Houdini ao meter uma lampreia nas calças, só encontra paralelo nessa opus magnum do ensaio clínico que se dedica a tirar a lampreia das calças e medi-la aos palmos.
A história do pénis português recebe agora valioso contributo, como aliás todos damos, quando mandamos um soslaio “en passant” nas casas de banho públicas, com o único interesse académico de fazer “direito comparado”. O ladrão de enguias e o doutor da pila são para mim os dois grandes portugueses dos idos de Fevereiro de 2007, ano da graça.

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