11/10/2006

Take 5 – Cumplicidades, ameixas que são boas para o cérebro (e para as checas) e o luar de Janeiro de cima

Fotos: Diamantino Gonçalves

Juntar uma dúzia de pessoas com idades compreendidas entre os 21 e os quase 60 anos num ambiente agreste do Velho Oeste e num manico-cómico de produção durante duas intensas semanas podia dar para o azar, tipo casa do Big Brother.
A verdade é que não deu, antes pelo contrário. Provavelmente o melhor de “Lost West” não se vai ver no ecrã. O melhor é ver como se cria uma pequena família, forjada na paixão pelo cinema e numa louca aventura idealizada pelo Mário Fernandes, e que todos abraçamos com entusiasmo e total dedicação. O mesmo entusiasmo que se calhar nos falta nas nossas vidas reais e que realizamos nesta ficção. Dei comigo a pensar várias vezes, se todas as pessoas fizessem na vida aquilo que gostam e com quem gostam, seriam felizes.

A voz doce de Maria e a guitarra de Tito. Para a próxima fazemos um musical on the road

E, foi esse bocado de felicidade que encontrámos no inóspito território do Oeste do Fundão e na acolhedora aldeia de Janeiro de Cima; a felicidade das pequenas coisas: a camaradagem, a entreajuda, a amizade e o humor, ah, esse humor que nos faz sentir vivos e que ilumina os dias cinzentos dos sorrisos calados nos lábios.
Perdoem-me a lamechice, mas em Janeiro de Cima redescobrimos a verdadeira importância das coisas, como as noites de lua cheia e do céu estrelado de Verão com conversas longas e saborosas como o whisky com água de castelo, ou os olhares cúmplices que só a minha querida quadrilha selvagem sabe trocar, porque partilhamos uma experiência pessoal e afectiva única.


O descanso do guerreiro, Pai Fernandes e o "Mundo a seus Pés"

A lua cheia de Janeiro de Cima e o brilho do olhar no reencontro com a minha quadrilha selvagem é motivo mais que suficiente para fazer de “Lost West” o filme da minha vida e daquela terra a minha nova terra. Vim de coração cheio.

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