História Improvável das coisas -Detector de punhais
Incubo sentado sobre o peito da mulher de César, após ter devorado um pacote de smarties, sob o olhar sanguinolento do cavalo do Gary Cooper, cuja cabeça foi posteriormente encontrada nos lençóis de cetim do filme Padrinho, para sublinhar a irecusabilidade de uma proposta
Octávio Augusto, sobrinho de Júlio César tomou o poder em Roma pela força e pela astúcia, obrigando o seu cunhado Marco António e a sua amázia Cleópatra a dormirem juntos para a eternidade.
Os inimigos de Octávio, chamavam-lhe “octaviano” às escondidas, colocando a causa a sua masculinidade. A maior parte deles reuniam-se no Senado para jogar ao guelas, beber ice-tea de manga e conspirar contra a augusta personagem.
Octávio Augusto acordava muitas vezes à noite com comichões nos testículos e no peito, tão farfalhudo como o daquele actor de novelas brasileiro, o Tony Ramos. Acordava ao meio da noite com suores frios, imaginando que um Incubo se sentava de perna traçada no seu peito, fumando um cigarro e folheando uma edição ilustrada da “Arte do Amor” de Ovídio (de quem se dizia ter ovídio de tísico), após ter satisfeito os seus desejos no Monte de Vénus da mulher de Octávio.
Os romanos acreditavam que o Incubos eram pequenos demónios que causavam pesadelos e lhes sodomizavam as esposas durante o sono.
Provavelmente as comichões de Octávio deviam-se a uma valente camada de chatos que apanhara com um velho centurião das Guerras Túnicas, mas o imperador acreditava que os pesadelos eram um mau presságio que anunciava uma traição, como a que sofrera o seu tio no Senado.
Mandou chamar Varrão, que fora nadador-salvador de Exército de César e o auxiliara a atravessar o Rubicão a nado, sem precisão das braçadeiras que usava sempre que tomava banho de espuma.
Com áurea de prudente e ardiloso, Varrão escutou as angústias de Octávio, que tinha medo de ser assassinado à naifada no Senado, e lhe pedia auxílio para ludibrificar a certa morte.
Varrão pestanejou repetidamente, que era um tique que tinha, além de suar das mãos e começar todas as frases por um longo e suspirante ahhhh!
E depois disse – Ahhhhh! Eureka! Descobri a solução, vamos mandar instalar um detector de punhais no Senado.
- Assim, na manhã seguinte, Marinho Grandius Vitrócolos, reputado mestre-espelheiro da Pastelaria Roma, foi convidado a instalar espelhos em todas as esquinas e colunas do senado de forma a Octaviano poder sempre ver se um senador coçava as costas com um punhal antes de o cumprimentar com um apunhalamento, como era costume na Roma antiga.
A partir desse dia, os senadores passaram a deixar as facas no segurança, a comer maçãs com casca e a pedirem uns aos outros para coçar as costas, prática que ganhou escola na alta política até ao Parlamento de Oliver Cromwell, onde os políticos trocavam o cortês cumprimento – “If you scrach my back, i`ll scrach yours”
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