1/21/2006

Presidenciais

Certamente segunda-feira será um dia igual aos outros todos, cinzento e triste. Por isso um bocejo poeticopatético:

Quando o telefone toca
Fita adesiva
Em quadra festiva
Um pouco de sal
No quintal do cardeal
Para semear uma dentadura
Postiça
Que cacareja
Como coruja
Ou velha metediça
Com hálito de linguiça

Uma colher de sol
No meu chá
Uma banheira que não me ralo
No teu presépio pagão
Como cão
Como cão ladrão
De ossos
Roídos
Carcomidos
Moídos
Em pó, ré, mi
Mimi
Sinto-me tão só sem tlim
E sem sentido obrigatório
Aleatório
Mictório
E tudo o que na minha língua acaba num clitório
Ou o escarlate do suspensório
Como deus ex machina
Vesti e despi por tlim e por mim
Mimi, do, re, mi
Pobre de mim
Festim, trim, trim, trim
Quando o telefone não toca
E já me esqueci da frase
A frase que acaba
Em tlim
E acaba em mim

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