7/01/2005

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E ao sétimo dia a obra morreu. hi, hi, hi - o efémero também é uma forma de arte.
O burro foi à sua vidinha de enfardo literário.

17 comentários:

Anónimo disse...

Este blogue é fabuloso! Aproveita a moda dos blogues que se transformam em livros e publica-me isto! Já deves saber isto, mas tens talento na escrita, sabes tirar partido do alheio muito bem e tens muita piada. Fartei-me de rir com este longo texto, sobretudo à pala do lucius, o asno de ouro. Apesar de me parecer que se aproxima muito da figura do beirão emigrante supostamente maldito que dá pelo nome de Manuel da Silva Ramos(ou então estamos perante uma coincidência tremenda),que, ao que consta, também concorreu ao prémio literário de que falas, o mais extraordinário é que a figura do lúcio pode ser muita gente, não só do Altão e do seu jornalzeco regional, como também deste país de peixotos armados em eças. O mais incrível, ainda, é que o Lúcio pode ser o próprio autor do texto, ou seja...tu. Porque tomara, apesar de tudo, haver gajos a ter tanta pintarola e classe como o teu lúcio nalguns momentos da história.
Além disso, adorei as caricaturas de algumas personagens-tipo da região e do Portugaleco. Só te falta um bocadinho de auto-ironia para escreveres ainda melhor... mas fala um leigo na matéria.
óptimo, devias concorrer com este texto ao próximo prémio literário do Altão.

Um leitor esporádico deste blogue.

Rui Pelejão disse...

caro anonimus, eh, eh. Aqui é mais um livro que se transformou em blogue pá.
Só queria dizer-te que a personagem do Lucius não é nada inspirada no Manuel da Silva Ramos, gajo que eu prezo e admiro a escrita. Se calhar o Lucius está mais próximo de ser um gajo muito parecido comigo, um vingativo vaidosão literatucho (reparou bem nesta auto-ironia). Vou seguir o teu conselho e trabalhar melhor a minha auto-ironia em vez de ser um caga-postas-de-pescada.

PS: Isto era para ser uma mera provocaçãozinha aos amigos que me andam sempre a chatear porque não tinha nada para encher o blogue. Era tipo, ah querem, então tomem lá disto porra!

Nunca imaginei que alguém tivesse cú para ler isto! De qualquer forma és a segunda pessoa a ler isto - a primeira fui, naturalmente eu. E, quando deres outra vez sinal de vida, eu faço uma coisinha. Tiro o Lucius daqui, e fica só entre nós dois. Tá bem?

Anónimo disse...

por mim, pode ser. Acho que os teus amigos também não se devem importar...ehehheh
Diz-me só uma coisa: donde é que vêm essas latinadas de Terencio e Horácio, foste tu que as inventaste ou existem mesmo?

Anónimo disse...

ehhehhehhe...podes só responder à minha pergunta? Achei mesmo piada às latinadas.

E, já agora, fantásticos esses exercícios de estilo, não à peixoto, mas à pacheco! É um dos meus livros de cabeceira que nunca dispenso.

Leitor mais assíduo desta maravilha de blogue! Escreve mais!

Rui Pelejão disse...

O terencio e o horácio são mesmo de verdade

Rui Pelejão disse...

penso eu de que

Rui Pelejão disse...

é o chamado latim de latrina

PS. Viste como se auto-promovem os comentários, respondendo a um gajo mesmo. Pode ser que pegue esta manha de marketing. Mas aviso já que só aceito elogios, os insultos são para apagar, eh, eh

Anónimo disse...

E, já agora, não sabes onde posso arranjar o/s livro/s donde tiraste essas latinadas? É que não tenho ideia de haver algum livro do Terencio em português, por exemplo...Agradeço a tua atenção. Fiquei mesmo com curiosidade e com vontade de ler.

Anónimo disse...

afinal somos todos burros de enfardo literário...eheheh e uma valente latinada é sempre bem vinda se tiver a sua piada. Diz-me lá donde é que isso vem.

Margarida Batista disse...

Epá que aconteceu a história grande que aqui morava?? Segui toda a viagem de Lisboa ao Fundão, concentrando-me nos pensamentos que surgiam nos apeadeiros, lembrando-me do tempo em que viajava muito no Inter-regional Lisboa/Porto. Eu também fugia dos magalas e era a morena ao canto a ler o livro.
Eis que cá volto para a apresentação ao Ti Manel que havia perdido a bóina... e nada. Fiquei desconsolada. Uma promessa de publicação?? Ficaria mais descansada. E contente por ti. Muito mesmo.
Vou espreitar os novos posts. Essa criatividade está em alta. Espero que tudo o resto também. bjs

Rui Pelejão disse...

Gui, a história do burro é segredo, melhor é boato. Quanto ao resto tudo em maré baixa :)

Anónimo disse...

Caraças, não digam mal do Manuel da silva Ramos! Por acaso, li metade do texto que aqui estava e também fiquei absolutamente convencido que o burro de ouro era o próprio Rui Pelejão. Enquanto o Manuel é um escritor moderno e original, o rui vai vivendo à sombra dos aquilinos, camilos, luiz peixotos e outros que vai consumindo sem rei nem roque. Já nos habituámos às citações sem sentido, do género de se apropriar de títulos de livros, de músicas, do caraças, de frases só para a graçola – a isso chamam alguns de humor, para mim não passa de parasitagem descarada, e de graça fácil. Às vezes interrogo-me: será que este gajo leu mesmo os livros, percebe do que é que está a falar? É que para ter piada é preciso perceber do que se apropria ou cita sob pena de se cair no ridículo para aqueles que têm hábitos de leitura e de reflexão sobre o que lêem. Outro aspecto, é que é preciso bastante erudição e compreensão para tentar imitar o aquilino ou o Camilo. Eu compreendo que o Rui deseje ser um dia como eles, e que sempre que algum “outsider” lhe diz que não presta, então tenha logo que ficar histérico e culpar os desgraçados dos amigos sem qualquer fundamento; e põe-se a escrever testamentos aborrecidíssimos cheios de artifícios estilísticos infundados, como o texto do burro. É que o rui não é nenhum Camilo, e já vai sendo tempo de meter isso na cabecinha apesar da vaidade que o caracteriza (que caracteriza a nova geração de candidatos a escritores). E já estou como diz o outro, aborrecer as pessoas em vão é uma coisa que não faz muito sentido. Ao menos, ainda se apercebeu disso e lá tirou o texto. Gosto do que o Rui escreve quando é puro e duro em todos os sentidos, gosto do seu humor à americana, gosto quando vai ao essencial e se deixa de subterfúgios, enrabadelas e jogos de palavras idiotas que bem espremidinhos só revelam o estéril. Para grande estilismo do português, também lhe digo que o rui não presta, tal como não presta o pires que lhe desencadeou toda a ira de burro malogrado. Se quer algum dia chegar aos calcanhares do camilo ou do aquilino, sem ter que os copiar palidamente, aprenda a ler melhor em vez de ler mais. Há um verso da Sophia que diz: “tens muito saber, mas pouco perceber.”

Se leu num livro que o Camilo era polémico, o Pelejão não tem que ser polémico.
Se leu num livro que o Luiz Pacheco comia pipocas enquanto cagava, o Pelejão não tem que fazer o mesmo.
Se leu num livro do Eça que este país é um logro, o Pelejão não tem que dizer o mesmo.
Se leu a satírica portuguesa de outras épocas, o Pelejão não tem que “copypaste”.

Acho que me fiz entender.

Rui Pelejão disse...

Ao Exmo. Sr. Nelson

Agradeço a sinceridade e a crítica pertinente, se bem que por vezes um bocadinho injusta.
Mas pronto, é a vida e eu não sou o Calimero para me lamentar (pronto, lá estou eu a plagiar o criador do Calimero, foda-se!)

Só algumas notas à laia de esclarecimento:
1º eu nunca disse mal do Manel Silva Ramos, escritor e pessoa que prezo. Por isso, não venha para cá com intriguinhas que isso comigo não pega.

2º É sempre bom ter um crítico como o Senhor que é daqueles que "têm hábitos de leitura e de reflexão sobre o que lêem.", e por isso podem facilmente cobrir a ridículo um parasita plagiador como eu.
O que eu não percebo é o que leva alguém com essa erudição espontânea
a perder o seu tempo com a minha miserável escrita.
Concordo consigo, há para aí tanta coisa melhor para ler e para fazer, para quê encanitar-se comigo, como se eu fosse alguma estrela jocosa do nosso afirmamento literário, a merecer ensaboadela de crítico feroz.

Tenha dó, acha que esse testamento que produziu vale mesmo a pena? ou se calhar também gosta de se exibir um bocadinho.
Olhe que a vaidade e o exibicionismo têm uma audiência muito maior nas cartas ao director do Público ou do Expresso, tente para lá.

De qualquer forma a parte da crítica honesta e até pertinente é muito bem-vinda, se não vier acompanhada de desnecessárias provocações.

Anónimo disse...

O Nelson para candidato a crítico literário está também um pouco baralhado, ou se calhar não leu. Misturar Aquilino com Camilo, ainda vá lá que vá lá, agora meter o Luis Peixoto ao assunto, que salganhada. Quanto à Satírica, se o Nelson fosse minimamente erudito como pretende, perceberia que ela não é passível de copypaste, apenas de inspiração.
Há para aí uma grande confusão de ideias. Li o burro até ao fim e também li a resposta/satírica ao Pires e achei que eram dois bons exercícios de estilo, só isso, e também não me parece que o vodka quisesse que fossem mais do que isso.
Já li coisas que gostei e coisas que não gostei do Vodka, agora acho um pouco desonesto acusá-lo de plagiador copypaste, quando o que ele se limita a fazer é um pastiche de estilos, que umas vezes correm bem, outras correm mal.
Não tenho procuração para o defender, nem ele precisa, mas pelo tom ressabiado e vingativo do Nelson, não me admirava nada que fosse mais um heterónimo do pires.

A

Anónimo disse...

Também à laia de esclarecimentos.

Rui Pelejão:

1)Não tentes neutralizar o que te disse com a história do Calimero. Se as apropriações fossem dessa natureza, nem sequer teria comentado. Falo de importações sem sentido, pois é bom que fique claro que não tenho nada contra citações e outras espécies de referências, desde que tenham o mínimo cabimento e desde que sejam usadas com algum bom senso e inteligência. E isso raramente acontece nos teus textos. É a minha opinião.

2)Quem meteu o Manuel da Silva e os teus amigos nisto, foi, pelos vistos, o autor do texto do burro na adjectivação que atribuiu às personagens e um anónimo leitor do texto. Acho extremamente injustas tais críticas ou suposições, só isso, venham elas donde vierem, sejam elas intencionais ou não. E não estou aqui, ao contrário de outros, para intrigas, foi um comentário sincero.

3)Não confundas alguém com hábitos de leitura com um erudito. Talvez tenha sido esse o teu erro. Gosto de ler e de pensar no que leio, mas não me tenho por erudito. Também não estou aqui como crítico feroz, li metade do teu testamento soporífero, costumo ler o teu blog, deixei uma opinião. Não há conspiração nenhuma.

4)Exibir-me com o quê? Com uma crítica bastante normal e natural ao que escreves, e com alguns elogios à mistura? Não percebo.

5)Só lhe deixei um comentário porque às vezes gosto do que escreves, e acho que não precisas de te socorrer de outros estilos ou de outras expressões para escreveres bem. Por vezes, o estilo é igual, a forma também, mas nota-se que falta o espírito da originalidade e da criatividade, mesmo quando usas expressões iguais ou bastante idênticas (não basta um dicionário de sinónimos ou alterar a ordem das palavras), que consagrou e consagrará alguns dos escritores que mencionei e que tu tanto invejas. Se calhar, precisas de mais humildade.

6)Não chames a isto testamento, tenta ser razoável. Lembra-te do teu texto sobre o burrico.

7)Considero a rititi um bom exemplo na escrita. Não tem os artifícios estilísticos que tu arranjas, mas apresenta uma escrita natural, espontânea e sincera. É por isso que acaba por fluir muito mais do que a tua, que encrava e empapa com tanto palavreado avulso.

Yuri:

1)Não sou nenhum candidato a crítico literário, nem a escritor. Como já disse, gosto de ler, gosto deste blog, apesar de tudo, e deixei um comentário ao Rui. Nada de mais.

2)Quem deve estar um pouco baralhado deve ser o Yuri, ou então deve sofrer de alguma dislexia de leitura. Não falei em nenhum Luiz Peixoto…falei em luiz Pacheco. Confundi-los não é saudável, em abono da verdade.

3)Hoje em dia, copia-se tudo, mas diz-se sempre que o que se copia é fonte de inspiração. Isso é um cliché de conveniência para gajos que não têm talento. E não basta mudar a ordem das palavras, ou alterar o sujeito. Mas pronto, cada um acredita no que quer.

4)Já li a polémica pires\pelejão e até me pareceu ser de dois gajos com tomates, personalidade, e algum estilo; orgulhosos até aos ossos, não os vejo a usar heterónimos. Eu sei que anda por aí muita mascarilha, mas acho que esses dois não conseguiriam renunciar ao nome, como um doberman não pode renunciar à raça. Todavia, a tua dislexia de leitura parece que continua a afectar-te. Lê bem o comentário e vê como, nalguns aspectos negativos, coloco o pires no mesmo saco do pelejão. Agora, se queres ir por ondas mais conspirativas, cada toupeira cava o buraco que quer.

Anónimo disse...

uma ressalva:

Yuri,

quando no início se lê luiz peixoto é uma bricadeira. É uma junção do luiz pacheco e do luis peixoto, o paninhos lacrimijados. a ideia não era compará-lo ao camilo ou ao aquilino, mas mostrar como há tanta gente a querer arvorar-se em grande escritor. Luiz peixoto, Aquilina pinto correia, etc..mas no final, para o que importa no comentário, fala-se claramente em Luiz Pacheco, sem estas imbecis subtilezas.

Anónimo disse...

Olá! è pena teres tirado a história, eu gostava de a ler toda e não aos bochechos.
O Nélson tem direito à sua opinião, mas eu não concordo nada com ele quando diz que a escrita é palavrosa e empastada, acho mesmo muitissimo original e refrescante, além de que acompanho as crónicas do Pelejão no JF e acho que são produto de uma boa cabeça e de um bom coração, que é mais do que se pode dizer de muitos escritor ou cronista que para aí ande.

Quanto ao blogue da rititi que também conheço, acho que a comparação do Nelson é forçada, porque são dois estilos totalmente diferentes. Eu cá prefiro o Vodka, pela criatividade, já que por vezes os temas da rititi são demasiado circulares e a linguagem também. O Nélson prefere a rititi, mas isso também não é motivo para vir aqui enxovalhar o vodka, coisa que não é lá muito simpática. Há gostos para tudo, mas também acho que deve haver respeito pelas pessoas que escrevem e se expôem (ao contrário do Nélson), mesmo quando não concordamos com elas ou não gostamos do seu "estilo".