4/27/2004

Contos Paragráficos

Paragráfico 1

O Diabo bateu-me à porta

O diabo bateu-me à porta. Toc, toc, toc. Tinha um ar gasto e cansado e meteu-me dó. Entrou, convidei-o a sentar-se no sofá. Ele agradeceu timidamente. Preparei-lhe um whisky com gelo e um rum puro para mim. Bebemos lentamente e em silêncio, assistindo às finais do Campeonato do Mundo de Patinagem Artística.


A barata tonta
A barata levou a pata à testa e num suspiro de prima donna: - Ai que me fino! Ziguezagueou no precipíco do aparador da Ti Adelina, desmaiando sobre o paninho de renda. A comoção provocada pela telenovela das 5.00H tinha sido de mais.

O Túnel
Os homens escavavam o túnel. Durante meses, escavaram, escavaram, escavaram. Os olhos foram ficando cada vez mais pequeninos à medida que iam cavando, até que um dia ficaram com as órbitas cavadas no rosto, e nunca mais conseguiram voltar para trás. O túnel continuou sem saída, os homens cegaram, e no solo os autocarros continuavam a atropelar os pombos.





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