2/28/2008

Vodka News- Detritos cómicos e um planeta chamado Pasárgada

«Cientistas suspeitam de existência de novo astro a 12 mil milhões de quilómetros da TerraCálculos teóricos baseados em simulações informáticas apontam para a existência de mais um planeta, o nono, nos confins do Sistema Solar, afirmam cientistas da Universidade de Kobe (oeste do Japão) hoje citados na imprensa nipónica. »
in SIC online

Depois da despromoção de Plutão da condição de planeta, por ter falsificado o passaporte, e afinal ser mas é um planeta anão, incapaz de criar um vazio na sua órbita; agora, o Sistema Solar pode afinal voltar a ter nove planetas com a papelada em dia. A confirmar-se a descoberta de um planeta longínquo, sugiro já um nome : "Pasárgada". E é para lá que eu vou, assim que houverem low costs intergalácticos. Levo só uma escova dos dentes, um pacote de bolachas com recheio de baunilha e um livrinho do Manuel da Bandeira, com o seguinte poema:

Vou-me Embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconsequente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei
—Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

Manuel Bandeira
Texto extraído do livro "Bandeira a Vida Inteira", Editora Alumbramento – Rio de Janeiro, 1986,


So long sailor

2 comentários:

Anónimo disse...

mau mau!!

então?
e deixas eu aqui???
lamento mas não pode ser.
sabes
é que... there is only one sailor.
um.
percebes?!?!
faz lá melhor as contas à bagagem que falta aí qualquer coisinha.

p.s.
as bolachas podiam ser antes com recheio gengibre sfv?

Anónimo disse...

beijos e assim...
salgados