A morte anunciada do Facto Político
O facto político andava adoentado e decidiu consultar um especialista. O politicócólogo mandou-o estender a língua viperina, e o facto político obedeceu. O politicócólogo examinou a língua do facto político com a ajuda de uma lupa e não encontrou nada de preocupante.
- Pelo sim, pelo não, bocheche três vezes ao dia com água e sal.
- Bochechar, e então a minha reputação? Perguntou incomodado.
- Não se preocupe com a sua reputação, que a sua esperança de vida é curta demais para construir reputações, quanto mais para as destruir.
- Curta? Inquiriu roxeabundo, o facto político.
- Sim, tão curta como a de um vespertino ou de uma estrela de TV, informou o politicócólogo consultando impacientemente o relógio.
Eram 7 da tarde, hora dos telejornais. Foi precisamente a essa hora que o facto político caiu já cadáver na cesta dos jornais daquele politicócólogo.
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