Os assassinos da beira
Quando João Brandão se ajoelhou junto ao corpo frio do seu irmão, cerrou o punho com a terra húmida a esvair-se nas mãos. Ergueu o rosto carregado de dor e ira para o céu e jurou vingança. As nuvens sombrias e ameaçadoras rasgaram-se para um trovão que fez estremecer a terra e vergar em respeito os centenários carvalhos.
Os cavalos relinchavam de irrequietude e aquele punhado de homens sabia que a próxima chuva seria de sangue. A terra clamava pelo adubo fértil que escorresse das veias dos culpados pela morte de António Brandão. Soprava um vento de guerra mas antes de desembainharem as espadas, caiu uma borrasca das antigas, que deixou aqueles milicianos como pintos à chuva. A vingança servir-se-ia fria.
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