6/25/2007

Fumador Activo - Vícios públicos e saúdes privadas

Parece que o PS vai recuar na lei-seca, aliás na lei anti-tabágica, permitindo aos proprietários de estabelecimentos com mais de 50 m2 escolher se são livres de fumo ou não. Depois de anunciar com galas de fundamentalismo uma espécie de shari'ah anti-tabágica, parece que os deputados fumadores do PS conseguiram moderar os ímpetos "ayatolas" do ministro Correia de Campos. Esta é uma boa notícia, não só para os fumadores, mas também para quem preza a liberdade individual, incluindo não fumadores que podem agora ser protegidos do sumo sem remeter ninguém a uma espécie de "ostracismo" higiénico, como pretendiam os mais devotos.
Parece-me que às vezes se complica o que é fácil - basta fazer leis com bom senso que não agridam pessoas na protecção dos direitos das outras pessoas. Equilibrio e bom senso, eis o que tantas vezes falta na produção legislativa.

Obviamente que esta moderação legislativa fará erguer um coro de vozes entre os sanitário-maníacos, que acusarão o Governo de ter cedido às pressões e interesses da indústria tabaqueira. Obviamente que as tentações totalitárias continuarão a existir, por isso convém não baixar a guarda do Fumador Activo - que é aquele que acredita e defende restrições ao fumo e na protecção dos direitos dos fumadores passivos, mas que não aceita que ela se faça à custa e às expensas do seu próprio direito à "degradação".
Porque prefiro morrer com cancro no pulmão, do que com um coração envenenado pelo ódio, qualquer que ele seja.

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