História militar
In "memórias de um cabo miliciano na quermesse dos oficiais"
Raios os Espartam
Encurralados e em inferioridade numérica, as divisões hoplitas de Leónidas lançaram-se numa temerária manobra ofensiva sobre as fileiras persas. Os mil homens do General espartano Leónidas, despiram as armaduras, tiraram as caneleiras e as túnicas interiores, e todos os nus, apenas com o elmo ático na carola, lançaram-se com lancinantes gritos sexuais pelo desfiladeiro das Termópilas em direcção às tropas de Dário. Receosos pela sua masculinidade, os persas debandaram em pânico, tendo muitos deles sido esmagados pelos seus companheiros, e outros caído ao mar. Os homens de Leónidas acabaram por perecer, vítimas de escaldões, mas ainda hoje a praia de “termo pilas” é uma das estâncias de nudismo gay mais procuradas da Grécia.
Condecorado e enlatado
O velho General foi amplamente condecorado.
O ministro fez um discurso longo e cheio de floreados. Dois soldados imberbes dispararam uma salva de tiros para o ar (tendo atingido dois papagaios inocentes – danos colaterais, dizia o relatório) e o ordenança murmurou no espaço entre os dentes da frente:
- Até que enfim.
O general, visivelmente comovido, beijou a bandeira da República, bateu continência ao Ministro e mergulhou nas águas da Ericeira, passando à reserva como atum.
Cabo do medo
O cabo suspirou de alívio, ao ler o telegrama do Ministério da Defesa.
Afinal já não havia o perigo de invasão e por isso podia continuar pacatamente a beber minis e a fumar SG Ventil.
A metralhadora, essa, amuou.
Batalha do amor naval
Duas fragatas apaixonaram-se perdidamente por um porta-aviões. Este, galante e indiferente, disse que a vida militar não lhe permitia constituir família.
As fragatas, despeitadas, decidiram afundá-lo com a ajuda de um submarino ciumento.
Depois de ter ido ao fundo o porta-aviões, as fragatas envolveram-se sexualmente com o submarino, barco de um cano, mas grosso.
Império no Bósforo, foi-se num fósforo
O contra-almirante Brás pegou num fósforo e ateou fogo à réplica de uma trirreme grega que o Almirante Gomes de Sá construía laboriosamente há mais de 20 anos com palitos surripiados na messe de oficiais.
Os coríntios que tinham patenteado a embarcação, viram os seus planos de expansão militar ir por água abaixo. Foram ocupados por Atenas, e contentaram-se em passar à posteridade como clube de futebol em São Paulo.
Segurança estratégica
Depois de se borrar todo com a carga da cavalaria ligeira dos hussardos, Clausewitz subiu as calças e fugiu para um hotel nos Alpes, onde escreveu uma obra sobre estratégia militar.
Sempre era mais seguro e o chocolate quente era melhor.
Politicamente incorrecto
A política é uma coisa demasiado importante para ser deixada ao cuidado dos políticos, disse o sargento aos microfones da rádio, momentos antes de atacar o Parlamento à morteirada.
A revolta dos gatilhos ou
o inevitável destino de Yuri Tupolev
Yuri Tupolev enfrentou corajosamente o pelotão de fuzilamento do Exército Vermelho.
Rejeitou a venda e gritou a plenos pulmões:
– Liberdade ou morte!
Os carrascos tentaram premir o gatilho, mas estes recusaram obedecer e ao abrigo da Convenção de Genéve declararam-se objectores de consciência. Furioso, Estaline condenou os gatilhos a servir como rodas dentadas nos motores de tractores na Sibéria e ordenou a um sabre obediente que separasse a cabeça do tronco de Yuri Tupolev.
Pontaria afinada
O soldado fez pontaria com a sua bazuka e conseguiu acertar em cheio no boneco da barraca de feira que se desfez em mil pedaços.
Sorridente o soldado piscou o olho ao menino e pegou no Noddy de pelúcia a que tinha direito.
O menino olhou desconfiado para a sua pressão de ar, que prontamente lhe respondeu:
- Nem pensar nisso é bom!
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