A monotonia da existência contra o pacote de férias
"Sábio é quem monotoniza a existência, pois então cada pequeno incidente tem um privilégio de maravilha. O caçador de leões não tem aventura para além do terceiro leão. Para o meu cozinheiro monótono uma cena de bofetadas na rua tem sempre qualquer coisa de apocalipse modesto. Quem nunca saiu de Lisboa viaja no infinito no carro até Benfica, e, se um dia vai a Sintra, sente que viajou até Marte. O viajante que percorreu toda a terra não encontra de cinco mil milhas em diante novidade, porque encontra só coisas novas; outra vez a novidade, a velhice do eterno novo, mas o conceito abstracto de novidade ficou no mar com a segunda delas."
Pois é, acabei de rasgar um folheto com viagens ao Panamá da Agência Abreu. Liguei a ventoínha no máximo, espremi dois limões no gelo e abri um livro do Fernando Pessoa. Está tanto calor que seria incapaz de caçar um leão ou sequer pensar ir a Sintra. Hoje, nem as queijadas me sabiam. Férias, gozo-as em casa, longe dos pacotes sem novidade.
1 comentário:
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