Mar Morto
Quando me ponho a ver o mar
correm-me lágrimas salgadas pela face
As conchas
sensibilizadas,
fecham-se,
o mar comovido,
cala-se e maruja de mansinho
as ondas,
respondem ao recolher
obrigatório
a areia,
fica impávida e serena (como sempre)
as gaivotas
fingem que são estátuas de sal
o que me vale é a estrela do mar
que apesar de quieta,
continua a mexer
O mar é bom para os peixes
e para um gajo se afogar.
Se morrer é preciso
navegar não é preciso
É por isso que sou alérgico à maresia,
À poesia maruja,
prefiro mil vezes
a intruja
a sabuja
a suja.
V7
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